sábado, 25 de maio de 2013

Madre Helena do Espírito Santo (BR)


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Resumo biográfico de Madre Helena do Espírito Santo, nascida
em 2/maio/1736 e falecida em 23/Fevereiro/1775, co-fundadora
do Mosteiro da Luz.

Nasceu Helena em 2 de maio de 1736, filha de Francisco Calaça
e Maria Leme, na região de Paranapanema, sul do Estado de São
Paulo. O Beato Frei Galvão fez um breve relato de sua vida:

"Nasceu Helena em Paranapanema. Freguesia pertencente naquele
tempo ao bispado de São Paulo; nela ciou-se até a idade de 17
anos; em todo esse tempo eram notáveis os seus procedimentos
dando já indícios de sua futura santidade; exercitava-se em
obras de caridade, obediência e mansidão para com os
domésticos; mui freqüente no exercício da Santa Oração, Via-
Sacra e outros atos religiosos, que deixo de os referir por
evitar prolixidade; dizendo somente que, entre noite e dia,
tinha sete horas de oração. As suas penitências eram
contínuas, anos inteiros usou cilícios, dormindo com eles em
terra fria, digo sobre a terra; usava de disciplina de sangue
procurando o silêncio e oportuno tempo da noite. Algumas
vezes encontrou-se com feras, entre as quais em certa ocasião
uma onça. Invocando o nome de Jesus, com estranha velocidade
fugiu o tigre. Aos sete anos levaram seus pais de mudança a
um descoberto de ouro, distante alguns dias de sua casa, e
como não podia a menina preencher a tarefa dos diários
exercícios (de oração), esperava nos pousos que faziam os da
comitiva, enquanto descansavam todos e dormiam, e fora de
horas, retirava-se para os matos, servindo-lhe de farol, para
não se perder, os fogos que faziam os arranchados da sua
comitiva, aí, pois, se disciplinava de sorte que não fosse
percebida. Eram-lhe os jejuns contínuos; o mesmo na
freqüência aso sacramentos, etc. etc."
(Maristela, p. 49-50)

Veio com os pais a São Paulo e entrou como servente no
Recolhimento de Santa Teresa, recolhimento feito sob a
inspiração da Ordem Carmelita Descalça, de Santa teresa de
Ávila.

"Recebida pelas mencionadas Recolhidas lá esteve vinte e oito
anos; em todo esse tempo admiraram-se as virtudes que
resplandeciam na Serva de Deus, Helena Maria do Espírito
Santo, a qual todos os dias jejuava a pão e água, comendo só
ao jantar um pão inteiro, ou meio, senão parte diminuta;
algumas vezes passou três dias sem comer coisa alguma. Chegou
este excesso a cinco dias; a Caridade que lhe estava no
coração a transportava muitas vezes, publicamente, fora de
seus sentidos; muitos anos com alegria de seu coração serviu
às referidas Recolhidas por ser o ofício de servente o mais
humilde entre elas, etc. etc."
(Maristela, p. 50)

Vestiu o hábito de religiosa em 25 de janeiro de 1769, pela
doação do dote feita pelo Pe. Dr. Manoel José Vaz, seu
confessor por quinze anos. Fez profissão dos votos simples em
25 de janeiro de 1770. Prossegue o Beato Frei Galvão:

"A sua pobreza era extrema e voluntária porque rejeitava
esmolas oferecidas de alguns devotos e de seus próprios
confessores; só possuía um hábito e uma caixinha velha com
algumas coisinhas sem valor. Era admirável n a compostura dos
olhos, que por nunca os levantar não conhecia nem ainda o
confessor senão pela fala, que pela experiência que tive,
observei era sem a mínima exageração. Neste Recolhimento lhe
apareceu o diabo tomando a forma de alguns de seus
Confessores, que a dirigiam; pelo discernimento grande de que
era dotada, e auxílio do Céu, nunca este a iludiu e sempre
dele triunfou, porque com seus atos de humildade que fazia
dava ele demonstração de sua soberba. Outras muitas coisas
poderia referir, que por brevidade as deixo"
(Maristela, p. 50)

Como o Beato Frei Galvão era seu confessor, Madre Helena
expôs-lhe que Nosso Senhor lhe pedia que fundasse um novo
Recolhimento; Frei Galvão, por prudência, a princípio negou
sua aprovação. Com a insistência de sua penitente, examinou a
questão, consultou-se com vários eclesiásticos. Jesus
apareceu a Madre Helena novamente, mostrando-se como o Bom
Pastor, rodeado de muitas ovelhas, umas nos ombros, outras
nos braços, outras procurando subir-lhe pelo corpo e disse-
lhe: "Eis aqui estas minhas ovelhas que procuram um aprisco
para se recolherem e não o encontram, pois, vós podendo, não
quereis subministrar-lhes um, fundando um convento em
cumprimento de minha vontade"
(Maristela, p. 52). Frei
Galvão, convencido que era realmente vontade Deus, procurou
com todos os meios as permissões necessárias, mesmo em meio
às seríssimas restrições a que todas as ordens religiosas
estavam submetidas pelo governo Real português. Desde 1764 o
Marquês de Pombal, perseguindo a Igreja, proibia às ordens de
receber noviços e realizar novas fundações, com o objetivo de
extinguí-las. Proibidos os Conventos de Ordens religiosas,
tolerava-se, em regime de exceção, um ou outro Recolhimento,
onde senhoras piedosas se reuniam para viver retiradas, sem
emitir oficialmente os votos religiosos.
Com o apoio irrestrito do devoto Capitão-general de São Paulo
(o que eqüivale ao título de governador), Dom Luís Antônio de
Souza Botelho e Mourão, o Morgado de Mateus, foi realizada a
fundação a 2 fevereiro de 1774, dia de Nossa Senhora da Luz,
mas não segundo os moldes da Ordem Carmelita, como desejava
Madre Helena. O novo bispo, Dom Manuel da Ressurreição,
franciscano, decidiu que ele se conformaria à ordem das
Concepcionistas.
Madre Helena foi constituída regente e mestra de suas
primeiras oito filhas espirituais: essa obra desejada por
Cristo estava, assim, iniciada!
O convento era paupérrimo, estreito e mal provido de qualquer
recurso material. Nele abundava porém a consolação divina!
Viviam felicíssimas as irmãs, em meio a muitas austeridades,
embora muitas delas proviessem de famílias ricas da Capitania
de São Paulo.
Então, de improviso uma provação se abate sobre elas: apenas
um ano e vinte dias depois de fundado, morre Madre Helena!
Sofrera por oito dias fortes cólicas, descrição que faz
suspeitar ter sido vítima de apendicite aguda. Conta-nos
Beato Frei Galvão:

"...foi Deus servido por seus altos juízos levá-la para Si,
querendo somente que se dispusesse ela esta tão grande obra
de seu divino beneplácito, e logo depois dar-lhe o prêmio dos
seus trabalhos e virtudes, tirando-a deste vale de misérias
para o seu eterno descanso.
Faleceu a 23 de fevereiro de 1775; deu alguns indícios da
sua morte, nela se conheceram aqueles mesmos sinais que a
lenda de alguns santos os fazem admiráveis; o seu corpo ficou
flexível de tal sorte, que falecendo ela no dia 23, em o
seguinte dia 24 estalavam os dedos quando eram comprimidos.
Eu mesmo com a minha diligência dei 25 estalos em os
referidos dedos, e tão altos, que foram ouvidos por todos os
que se achavam na Igreja. O sangue de uma pequena incisão que
se fez oito horas depois do seu trânsito, sem ser em veia,
saiu fluido, dele se serviu a piedosa devoção dos
circunstantes, e de algumas relíquias que se puderam
decorosamente extrair; está sepultada na Capela-mor da mesma
Igreja; dizem que tem feito muitos prodígios, eu sou
testemunho de vários, porém, de um com admiração notável"

(Maristela, p. 76)

Daí por diante, caberá ao santo Frei Galvão continuar a obra iniciada, mas agora com a ajuda de uma santa no Céu, Madre
Helena do Espírito Santo. Dentro em pouco tempo uma
verdadeira tempestade se abaterá sobre este recolhimento,
mas, por ser fundado sobre a rocha, não será destruído (a
história você já conhece, na p._).
As vocações se multiplicaram, como o Bom Pastor predissera.
Para elas o Beato Frei Galvão redigirá um Estatuto, que serão
como as "Constituições" a serem seguidas pelas irmãs, além de
muitas orientações práticas para a vida espiritual.(Veja em
Cadorin: "Anotações das irmãs sobre conselhos dados por Frei
Galvão", p.157-164; "Estatuto das Recolhidas" (escrito por
Frei Galvão), p. 164-184).
Sinal da proteção e fecundidade divina, a obra iniciada por
Madre Helena e Frei Galvão venceu terríveis provações,
produziu muitos frutos. O aprisco pedido por Cristo também
multiplicou-se, e novos mosteiros se fizeram a partir do
Recolhimento da Luz (Cadorin, p.111, nota número 15):
1. Sorocaba (SP), em 1811 (fundado também pelo Beato Frei
Galvão)
2. Guaratinguetá (SP), em 1944
3. Itu (SP), em 1949
4. Piracicaba (SP), em 1956
5. Ponta Grossa (PR), em 1965
6. a partir do Mosteiro de Sorocaba: Uberaba (MG)
7. a partir do Mosteiro de Sorocaba: Joinville (SC)
8. a partir do Mosteiro de Uberaba: Jataí (GO)
9. a partir do Mosteiro de Uberaba: Bragança Paulista (SP)
10. a partir do Mosteiro de Itu: Bauru (SP)

Bibliografia sobre Madre Helena:
Veja em Cadorin:
Célia B. CADORIN et alii, Frei Antônio de Sant'Anna Galvão,
Biografia Documentada, Vol. II, Roma, 1993. Sobretudo do
capítulo 5o. ao 7o., p. 85-184. (Para obter este livro, a
POSITIO de Frei Galvão , dirigir-se ao Mosteiro da Luz).
Veja em MARISTELA, Frei Galvão, Bandeirante de Cristo,
2ªedição, São Paulo,
Mosteiro da Imaculada Conceição da Luz, 1978 . Sobretudo do
capítulo 5o. ao 9o., p. 49-113.(também disponível no Mosteiro
da Luz).

Restos Mortais de Madre Helena: guardados na clausura do
Mosteiro da Luz.

O Mosteiro da Luz pretende iniciar a causa de Madre Helena
depois que for encerrada a do Beato Frei Galvão (quando ele
for declarado santo pelo Papa). Se você se sentir inspirado
para isso, escreva ao Mosteiro da Luz pedindo à irmãs a
abertura da causa de canonização de Madre Helena! Se houver o
desejo dos fiéis e a Igreja julgar oportuno, pode iniciar a
sua causa, e Madre Helena poderá um dia ser declarada santa!
Se desejar comunicar alguma graça recebida por sua
intercessão, faça agora mesmo uma carta com o seu testemunho.


Inserida por: Administrador fonte: Santos do Brasil

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